Para criar um espaço fluído e íntimo, o escritório CR2 Arquitetura projeta a nova construção com blocos interligados por meio de decks, para garantir comodidade.
Por Thamires Motta / Fotos Fran Parente
No bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, uma casa de vila de 265 m² – em um terreno de 400 m² – ganhou um projeto de construção muito especial. A proprietária, uma mãe com dois filhos crescidos, sonhava com um lugar para morar, trabalhar e receber os amigos, tudo isso com uma logística que facilitasse a locomoção dentro de casa.
As arquitetas Clara Reynaldo e Cecilia Reichstul, da CR2 Arquitetura, aceitaram o desafio, e logo notaram que apenas a reforma não seria suficiente para atender aos pedidos da cliente. “Tudo o que a proprietária sonhava para o seu lar extrapolava a edificação existente naquele lote. Ela queria poder contar com uma boa logística, chegar com o carro e já descarregar, sem ter de atravessar a casa inteira”, explica Cecilia.
Além disso, alguns pontos-chave eram fundamentais à família: intimidade e tranquilidade. “Era imprescindível ter privacidade, pois ali também funcionaria um ambiente de trabalho; e, por fim, a residência deveria estar apta a receber convidados”, conta Clara. As arquitetas, então, propuseram uma casa construída do zero, privilegiando a interligação entre ambientes.
Espaços independentes e interligados
A casa é formada por três blocos paralelos à rua, com acessos independentes. O primeiro bloco abriga o estúdio de flores da moradora e o escritório, com um acesso direto para a casa. O bloco do meio, com dois pavimentos, possui cozinha com integração para a sala, o escritório e as áreas de serviço.
No piso superior, duas suítes dividem um closet em comum: é um espaço entre os dormitórios da mãe e da filha, que têm o costume de dividir tudo. “Elas compartilham tudo, por isso projetamos um interessante tubo com a função de ligar o closet à área de serviço, sendo possível jogar a roupa suja direto na lavanderia”, conta Cecília.
Todos os espaços são separados por jardins e integrados por decks. Eles garantem insolação, ventilação e permeabilidade do solo. O terceiro bloco da construção abriga as áreas de lazer, com churrasqueira e sala de televisão, unindo modernidade e conforto para receber visitas.
Estrutura prática e eficiente
O uso de estrutura metálica e paredes em drywall na construção ofereceu um uso racional e limpo do espaço. Até mesmo a manutenção tornou-se mais prática, segundo as arquitetas Clara Reynaldo e Cecilia Reichstul. Alguns recursos estilísticos também foram usados para criar elementos interessantes, como a escada com degraus engastados na viga, que desaparecem na parede e dão a impressão de flutuar. A ideia da estrutura metálica também impede os pilares de interromper a fluidez dos ambientes, preservando a sensação de amplitude na integração entre os ambientes.
Telhado verde
O telhado verde, construído sob os dois blocos interligados, tem dupla função: controla a temperatura e ainda garante uma linda vista para o bairro. O projeto luminotécnico oferece generosidade na abrangência de luz, presente na frente e nos fundos da construção, com aberturas nas laterais que permitem a entrada de luz natural.
O recurso utilizado pelas arquitetas para proteger os quartos do sol são as portas-camarão. Elas vedam totalmente o ambiente, quando fechadas, e recriam uma agradável varanda, quando abertas. Tudo isso faz parte do sonho da moradora, de buscar a simplicidade na construção. “Ela tem um jeito ímpar de viver e se relacionar com a casa, sem hierarquia, sem grandes divisões”, explica Cecília.
Quem fez o quê?
Arquitetura: CR2 Arquitetura
Autores: Cecilia Reichstul e Clara Reynaldo
Fundações: Basaglia Fundações
Decks de madeira: Comercial Zanchet
Louças e Metais: Deca
Piso: Durocolor
Vidros: Esquema Vidros
Forro de Gesso: Gesso Dry Fast
Luminárias: Lumini
Porcelanato: Portobello
Portas: Real design
Persianas: Uniflex