Inspire-se em 15 modelos de redes em diferentes estilos. Vale colocar na área externa, à beira da piscina; no quintal, entre as árvores; à beira-mar e até na sala do pequeno apartamento.
Presente na maioria das casas brasileiras, a rede é o símbolo máximo do relaxamento. Ela incita a “preguiçar”, ficar à toa, sem fazer nada, apenas desfrutando da vida. Trata-se de uma invenção dos índios da América do Sul, mas o nome “rede” é bem brasileiro. Foi designado por Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Alvares Cabral, em carta à Portugal.
Ele descreveu o modo de viver dos Tupiniquins e, ao falar das habitações, citou o jeito de morar e dormir dos nativos: “E eram de madeira, e das ilhargas de tábuas, e cobertas de palha, de razoável altura; e todas de um só espaço, sem repartição alguma, tinham de dentro muitos esteios; e de esteio a esteio uma rede atada com cabos em cada esteio, altas, em que dormiam”.
Hoje, ela se espalha por todo o Brasil e pelo mundo. Ganha novas versões a cada dia. Há as de tecido, crochê, lona. As feitas do material da rede de pescar e as tecidas em diversos fios, padrões e cores. Com ou sem suportes laterais, elas podem ser usadas para deitar, sentar, balançar, “preguiçar”, contemplar… E a quantidade de palavras usadas para expressar o sentimento de estar em uma rede só cresce.
Ou seja, impossível não ter uma em casa, não é? Veja 15 modelos em diferentes estilos garimpados pelo Achados do Cordel e aproveite para relaxar ainda mais nas férias!
Um pouco de história
As adaptações do artefato aconteceram por meio das mulheres dos colonos portugueses. A rede perdeu o cipó e as lianas – fibras de que era feita – e ganhou o algodão, um tecido mais compacto. Para ficarem mais bonitas e ornamentais, também receberam franjas.
O nordestino e folclorista Luís da Câmara Cascudo em seu ensaio “Rêde-de-Dormir” retrata a rede como integrante do dia a dia nordestino brasileiro, comparando-a a uma cama repousante e acolhedora que se adapta ao corpo de quem nela se deita.
“A rêde toma o nosso feito, contamina-se com os nossos hábitos, repete, dócil e macia a forma do nosso corpo. A cama é hirta, parada, definitiva. A rêde é acolhedora, compreensiva, coleante, acompanha, tépida e brandamente, todos os caprichos da nossa fadiga e as novidades imprevistas do nosso sossêgo. Desloca-se, incessantemente renovada, à solicitação física do cansaço. Entre ela e a cama, há a distância da solidariedade à resignação”, reflete o estudioso.
Na região sudeste, em São Paulo, a rede está presente desde a época colonial. Sérgio Buarque de Holanda, em sua obra “Caminhos e Fronteiras”, relata a adaptação do europeu português ao costume de deitar na rede para dormir ou descansar.
Veja mais sobre o assunto em Inventores BR.