Vai bem no corpo e na casa. A chita é pano feito sob medida pra gente alegre e festeira, que traz a simplicidade na alma.
Por Cida Barros/ Fotos Pinterest
Ela está presente na vestimenta e na decoração. Na colcha da cama, em cortinas, toalhas de mesa, almofadas, paninhos de bandeja, descanso para copo, abajur e tudo o que a imaginação mandar. De origem pobre, a chita cresceu da maneira mais democrática que há. Veio da massa, ganhou as manifestações culturais e religiosas e conquistou a passarela da moda pelas mãos de estilistas contemporâneos famosos.
Ronaldo Fraga, Reinaldo Lourenço, Amapô, André Lima, Glória Coelho, Karla Girotto, Lino Villaventura, Madalena, Marcelo Sommer, Neon, Raia de Goye e a designer de acessórios Sonia Kiss foram alguns dos que se renderam à chita. Eles transformaram um produto simples em objeto de desejo ao acrescentar glamour e impressionar uma plateia inteira com um tecido barato, que virou artigo de luxo. E mais que isso: A chita tem “a cara do Brasil”, pois representa a alegria genuína de um povo. Das passarelas para a decoração o sucesso foi certo.
História popular
Renata Mellão e Renato Imbroisi, idealizadores do livro “Que chita bacana”, escrito por Maria Emilia Kubrusly, explica que o pano é “a representação da própria alegria festiva”. “Ela está no inconsciente coletivo, na memória das festas juninas, nas viagens da infância, ou seja, na memória afetiva dos brasileiros”.
A estampa extravagante guarda uma história popular desde a chegada no Brasil, na época do descobrimento, em grande escala, com preço acessível para os moradores pobres. O pano de puro algodão e tramas largas também vestiu escravos brasileiros e conquistou pela alegria das estampas florais de cores berrantes.
Mas há 500 anos, quando surgiu na Índia Medieval, a chita era considerada nobre. Espalhou-se pela Europa e chegou a ser objeto de desejo das elites.
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