Infraestrutura dificulta crescimento de resorts

Infraestrutura dificulta crescimento de resorts
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Geralmente localizados em áreas remotas, resorts sofrem com estrutura de portos, aeroportos e estradas. Mesmo com entraves, setor consolida-se como opção de lazer para turistas brasileiros, europeus e sulamericanos.

 

Por Cordel de Achados/ Fotos Pixabay e Divulgação

Ao final de 2015, o setor de resorts no Brasil fechou com indicadores decrescentes em relação à movimentação de 2014. Estatisticamente, houve uma queda de 2,6% de visitantes. Mesmo com índice negativo, a estatística não é vista com maus olhos por algumas entidades representativas do setor. “Em termos de crescimento, ano passado, empatamos. É como se tivéssemos ficado no zero a zero”, comenta o diretor executivo da Associação Brasileira de Resorts, ABR, João Bueno.

O resultado atingido foi, também, um fato de reversão na curva de crescimento registrada desde 2010, quando a Associação contabilizava de maneira contínua uma maior procura de viajantes pelos serviços de seus associados. “Alguns fatores podem ser considerados como responsáveis pelo atual cenário, mas com certeza a bagunça política é um dos principais motivos de não crescermos mais”, reflete Bueno.

 

RESORTS: GRANDE ESTRUTURA

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Rio Quente Resort, Goiás. Um dos primeiros complexos criados, totalmente voltado para a família. Além de ampla estrutura, o resort oferece programação de lazer para várias idades.

 

A ABR é uma das entidades representativas do setor. Fundada em 2001, congrega, atualmente, 50 resorts que, juntos, reúnem 12.389 quartos e leitos, empregando 18.665 funcionários nos 14 estados brasileiros, onde esses empreendimentos se localizam. “Por sua dimensão, o resort é um investimento de extrema importância social. É capaz de ser o principal gerador de renda para diversos municípios onde estão localizados”, afirma Bueno.

Para os menos familiarizados, é bom lembrar: resorts, por si, já são os destinos de turismo, de férias. De origem inglesa, o termo resort é usado para identificar hotéis de grande estrutura. São empreendimentos com diversas opções de lazer natural e planejado, como atividades recreativas, esportivas e de aventura. Tudo varia de acordo com a localidade – litoral, campo, floresta, montanha ou outro lugar com atrativos naturais e infraestrutura de receptivo ideal.

 

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Ponta dos Ganchos Exclusive Resort, Governador Celso Ramos, Santa Catarina. Um dos mais românticos da categoria, é voltado a casais e mescla natureza, infraestrutura, luxo e privacidade.

 

“A vasta lista de processos fiscais, administrativos e contábeis, para abrir um negócio no país, fazer contratação de pessoal, entre outras atividades, afugentam alguns investidores estrangeiros.” João Bueno, diretor executivo da ABR

 

Infraestrutura, aliás, é tema de reclamação da ABR, quando se reflete e avalia o desenvolvimento do setor no Brasil. “Principalmente, quando olhamos para os portos e aeroportos, elementos fundamentais para o acesso aos resorts, mas geralmente posicionados em localidades remotas”, lembra Bueno.

 

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O Ponta dos Ganchos tem atrativos como praia, sala de ginástica, cinema, business center, restaurante, bar, lounge, sala de jogos, quadra de tênis, piscina térmica, tendas para massagem, SPA, trilhas ecológicas e mergulho. Aqui, o foco é o público maior de 18 anos.

 

O chamado custo Brasil é outro ponto de entrave. Ou seja, a vasta lista de processos fiscais, administrativos e contábeis, para se abrir um negócio no país, fazer contratação de pessoal, entre outras atividades de manutenção das empresas são complicadores para grupos ou pessoas com interesse em investir na área. “Afugentam alguns investidores estrangeiros”, comenta.

 

 FAMÍLIA É PÚBLICO-ALVO

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Famílias brasileiras seguidas de europeias e sul-americanas são o público dos resorts. Os norte-americanos também preferem esse tipo de hospedagem em suas viagens, mas optam pelo Caribe.

 

A despeito das dificuldades, os resorts estabelecem-se como opção real para o turismo brasileiro. Atualmente, as famílias brasileiras compõem o maior contingente de seus visitantes. Elas são seguidas por europeus e pessoas vindas de países sul-americanos. Os norte-americanos, apesar de utilizarem constantemente esse tipo de hospedagem em suas viagens, não têm o Brasil como destino final. “Eles preferem ficar na oferta do Caribe”, analisa Bueno.

Ao fechar o primeiro trimestre de 2016, o setor começa a procurar alternativas para manter e fazer crescer o seu nível de ocupação, na casa dos 60%, atualmente. Pelos levantamentos da ABR, o setor ainda não foi afetado mais contundentemente pelas incertezas econômicas do período vivido. De certa forma, foram até beneficiados. Os brasileiros trocaram as viagens internacionais por destinos internos e, nessa troca, os resorts tornaram-se alternativas viáveis.

 

DESAFIO É FORTALECER SETOR DE EVENTOS

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Nannai Beach Resort, Porto de Galinhas, Pernambuco. Oferece eventos sociais e corporativos em um dos mais belos cenários do litoral. De reuniões a miniweddings, com cardápio personalizado.

 

Porém, para o decorrer do ano, há uma preocupação latente. Isso acontece, pois, o setor de eventos é outro de seus fortes grupos de ocupação. Empresas utilizam os espaços e estrutura dos resorts para fazer seminários, palestras, ações de capacitação com seus colaboradores. “Ainda não percebemos aquecimento dessas iniciativas”, adianta Bueno.

A equipe do Cordel de Achados conversou com o Diretor Executivo da Associação Brasileira de Resorts, ABR, durante a World Travel Market Latin America 2016, realizado na capital paulista, no Expo Center Norte. A feira, que reúne o setor, é vista pela ABR como oportunidade para estreitar contato com seu público de interesse, difundir sua imagem e atrair novos associados. João Bueno reflete: “É momento de relacionamento”.

 

Assista a trecho da entrevista de João Bueno, diretor executivo da ABR, para o Cordel de Achados.

Mais sobre resort no site da ABR.