Em meio à paisagem mineira paradisíaca, as lamparinas afagam os olhos e aquecem o coração neste projeto da arquiteta Eduarda Corrêa.
Por Cida Barros/ Fotos Jomar Bragança
Suspensas, as lamparinas de metal ganham vida com velas e se encaixam na decoração, ora suspensas ora apoiadas sobre o assoalho de madeira. As peças exóticas compõem o decor da área de lazer – uma piscina localizada na parte interna da casa munida de teto retrátil.
O projeto de interiores da Casa do Morro, criado pela arquiteta Eduarda Corrêa, com paisagismo de Luiz Carlos Orsini, usa e abusa de fachadas envidraçadas para criar uma total integração com a paisagem cativante das serras mineiras. As lanternas se ajustam e valorizam o cenário natural, dando um toque oriental ao décor. Iluminadas a velas, elas aquecem, literalmente, o ambiente, trazendo aconchego e muita paz.
Marroquinas e românticas
Ao privilegiar materiais naturais nos acabamentos, acessórios e até no teto, a arquiteta criou uma combinação de estilos que passeia entre o clássico, o romântico e o contemporâneo. Na área de lazer, pedras naturais da região, como o mármore, compõem o piso aquecido; bambus revestem os forros; e a madeira está presente em algumas áreas do chão e na estrutura do telhado. Para arrematar a sofisticada decoração, as lamparinas marroquinas acrescentam um toque de romantismo.
Lamparina, lanterna, lampião, candeia…
Independentemente da maneira como são chamados, esses acessórios remontam milhares de anos na história da humanidade. No Oriente, as lanternas estão presentes em várias festividades e têm um significado positivo, pois – acredita-se – elas atraem saúde, riqueza, sabedoria e longevidade. Por isso sempre que os povos orientais querem expressar generosidade por meio desses desejos, eles oferendam a seu deus a lamparina.
Ofertar lamparinas tem a intenção e o significado explícitos de que a luz disperse a escuridão da ignorância e ceda lugar à clareza e sabedoria.
Acenda a sua lanterna
Uma história popular da tradição budista conta que o Imperador Mingdi (28-75 d.C.), da Dinastia Han Oriental, enviou um sábio à Índia para encontrar escrituras budistas. O sábio transpôs milhares de quilômetros e, finalmente, voltou no dia 15 do primeiro mês do ano trazendo as escrituras. Feliz, o imperador ordenou às pessoas que mostrassem lanternas acesas naquela noite. Acreditava-se que o poder de Buda podia dissipar as trevas.
A partir desse dia, todos os imperadores realizaram cerimônias maravilhosas ano após ano. As lamparinas foram acesas duraria três dias na Dinastia Tang (618-907 d.C.) e cinco dias na Dinastia Song (960-1279 d.C.).
O festival ampliou-se e tornou-se o mais importante evento, sendo celebrado em conjunto por pessoas de
todas as classes sociais. As lanternas eram confeccionadas com diversos materiais, desde vidro colorido até pedra de jade. Em algumas delas, a população pintava figuras de contos populares.
Atualmente, a exibição de lamparinas acontece todo dia 15 do primeiro mês lunar. Trata-se de um grande evento em toda a China e é, também, uma oportunidade de as pessoas verem a lua cheia. Na ocasião, lanternas coloridas são penduradas na fachada de cada casa das cidades, oferecendo uma visão deslumbrante.
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Quem fez o quê?
Projeto: Eduarda Corrêa
Objetos de arte: Sandra & Márcio Objetos de Arte
Móveis: Hermes Ebanesteria