Loft com gingado carioca

Loft com gingado carioca
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No pitoresco bairro de Santa Teresa, zona central carioca, um despojado loft de 78 m²,  acolhe um jovem casal sem filhos. Durante a reforma, a morada privilegiou materiais reciclados e economizou nos acabamentos.

 

Por Cordel de Achados / Fotos Thiago Barros

 

Antes, o apê localizado no pitoresco bairro de Santa Teresa, zona central carioca, era de dois quartos. Agora ele ostenta um charmoso vão integrado, com pilares e vigas estruturais expostos e máxima entrada de luz natural. Com 80% das divisórias internas demolidas, o apartamento de 78 m² virou loft em uma reforma que durou cinco meses e poupou apenas as paredes do banheiro e entre a sala, cozinha e área de serviço.

Embora poucos saibam, uma das vantagens de optar por transformar um apartamento tradicional em loft é a economia gerada durante a reforma. São aproximadamente 20% no custo total. Isso acontece porque quase não há superfícies para emboçar, emassar e pintar; há menos portas e até a instalação elétrica é reduzida, pois não há rebaixo de teto.

Soluções simples

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O banco é feito com dormentes de ferrovia reciclados. Piso frio complementa o visual, perfeito para o clima quente do Rio de Janeiro.

 

No ambiente, composições entre cores vibrantes, equipamentos de aço inox e materiais utilizados em sua forma bruta, como madeira, concreto e tijolos aparentes, imprimem um ar despojado. Na sala e cozinha-bar, soluções simples se destacam. São os dormentes de ferrovia reciclados, usados na confecção de confecção de bancos e bancada; o pilar da cozinha com acabamento de uma demão de tinta na cor amarela; a parede lousa ideal para a troca de recados entre a família; e, na sala de jantar, as simpáticas placas de tijolinhos rústicos (24,8 x 6,2 cm) com assentamento rápido e, dependendo do fornecedor, junta seca.

Nesse loft reformado – as obras duraram 5 meses -, características de flexibilidade e despojamento, além de poucas peças de mobiliário, são a premissa. A potencialização dos espaços, o uso de texturas de materiais em sua forma bruta e cores complementam o projeto.

 

 

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Uma porta pivotante – 1 metro mais larga – recepciona os convidados. Bem maior que a anterior, ela se encaixa proporcionalmente às dimensões do espaço.

 

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O painel de cimento queimado foi feito de forma artesanal, utilizando apenas cimento, bianco e água. A modulação inspira-se na obra do arquiteto Tadao Ando. É feito com placa de MDF, espátula para marcar as arestas e broca para os furos sobre o emboço fresco.

Um pouco de Feng Shui no loft

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A colina, que inicialmente poderia ser um problema, acaba sendo destacada na decoração por meio do acabamento na cor amarela.

Nos acabamentos das superfícies, a escolha das cores seguiu não só o bom gosto, mas a milenar técnica de Feng Shui. As propriedades da cor roxa, de uma das paredes, são capazes de estimular a espiritualidade dos moradores. Já o amarelo – presente na cozinha – serve para disfarçar a coluna e estimular a criatividade das pessoas. De fácil aplicação, a pintura exigiu apenas tinta acrílica. O resultado surpreende.

A cozinha traz equipamentos com acabamento em aço inox. Um contraponto tecnológico aos revestimentos rústicos utilizados no projeto, como a madeira, o concreto e o tijolo. Todos os eletrodomésticos são embutidos em armários revestidos de fórmica na cor cinza. O mesmo material oferece unidade ao conjunto.

 

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A bancada americana delimita sutilmente a cozinha da sala.

 

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O material usado nas bancadas, no revestimento das paredes e nos bancos são os dormentes de trem.

Piso uniforme

O mesmo piso reveste todo o loft. Uma das vantagens de escolher um mesmo revestimento – principalmente se o apartamento for integrado – é que o ambiente parecerá maior do que realmente é. O material escolhido foi o porcelanato Bauhaus Lime, retificado (60 x 60 cm). As placas maiores com paginação regular também favorecem, pois aumentam visualmente a metragem. A iluminação indireta tem projeto embutido na marcenaria, criando uma atmosfera aconchegante.

 

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Luz embutida destaca parede com tijolos de demolição e deixa ambientação intimista.

 

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Closet espelhado de um lado, estante da TV do outro. Os dois armários de MDF é, na verdade, uma divisória entre quarto e sala. Para garantir a acústica no loft – tradicionalmente aberto -, foi encaixada uma camada de lã de rocha.

 

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Entenda como foi feito todo o planejamento do loft por meio do corte desta perspectiva.

 

Quem fez o quê?

Projeto de arquitetura, construção, interiores e iluminação: Baumann Arquitetura
Porcelanato: Portobello
Madeira de dormentes: doação
Tintas: Coral